O psicólogo social Fernando Braga Costa, da Universidade de São Paulo (USP), por 8 anos vestiu- se com uniforme de gari e passou a varrer o Instituto de Psicologia da universidade para vivenciar a situação psicológica destes trabalhadores, onde percebeu que essas pessoas eram “invisíveis” socialmente, sendo que este fato repercute na autoestima destas pessoas que evitam um contato visual de modo a se proteger da violência social.
A experiência de Costa resultou na dissertação Garis - Um estudo de psicologia sobre a invisibilidade pública, onde defende que as pessoas são vistas de acordo com o nível hierárquico de seu trabalho.
Em sua pesquisa, Costa relata “conhecia muitas das pessoas, porém, todas passavam sem me olhar.” Em determinado momento, um professor se aproximou e interrompi a varrição para cumprimentá-lo, debruçando sobre a vassoura. “Ele não me notou chegou a esbarrar no meu ombro e nem sequer parou para pedir desculpas, sendo que em outro momento sem uniforme de gari, encontrei acidentalmente este colega e fui notado pelo mesmo.”
Este texto nos faz refletir em relação ao quanto colaboramos para que esta “invisibilidade” social exista, e nos faz pensar de que forma somos coniventes mesmo que implícitamente com este modo de pensar e como está pratica excludente, onde muitas vezes é enxergado apenas a função social do outros, tornando-o uma sombra em nossa sociedade.
Daiana ZerbielliFonte: Mente Cérebro/ edição: 224- Setembro 2011; Disponível em:
http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/o_trabalhador_invisivel.html
Adorei esse texto...
ResponderExcluirMe fez lembrar de uma situação que eu fiquei muito chateada comigo mesma.
Certo dia, na academia, como de costume me dirigi ao vestiário, e um rapaz, que eu nem havia notado, me dirigiu um cumprimento. Eu parei, olhei, e respondi: "Eu te conheço?", e a reposta foi - "Não, mas eu te vejo todos os dias aqui, achei por bem te cumprimentar".
Aquilo foi uma facada em mim....
Pois, pelos costumes de educação que recebi, me encapuzava e só cumprimentava a quem conhecia, por medo do desconhecido....
Mas aquilo foi uma bela lição de vida, pois, realmente, a mudança tem que começar nas pessoas.... Pois certamente, sem que percebamos, acabamos sendo invisíveis para muitas pessoas, bem como, tratando outro seres humanos com "invibilidade"....
Realmente este testo nos faz pensar a respeito de nossas atitudes no dia a dia,de forma que mesmo muitas vezes sem intensão colaboramos por promover a "invisibilidade" de pessoas, as quais passam despercebidas aos nossos olhos.
ResponderExcluirDaiana