O Presente artigo nos faz refletir sobre a importância da conscientização sobre o preconceito existente contra os portadores de deficiência mental. O autor destaca com sabedoria a grande “evolução deste preconceito”, ressalta que nos tempos mais “primórdios” as pessoas com deficiência mental eram consideradas demônios, criaturas de Deus, seres amaldiçoados, videntes, pobres coitados, doentes, quase como animais, pelo fato de não estar entre a “normalidade” aceitável.
Além de sofrerem discriminação por serem “diferentes”, esta deficiência, assim definida pela sociedade, era considerada como algo do sujeito, atribuída somente a ele, e em alguns casos aos familiares quando estes lutavam por seus direitos. Porém, gradativamente as questões relacionadas à deficiência mental foram sendo vinculadas à área da medicina e da ciência, ao invés de relacionadas à religião ao misticismo como ocorria antes, embora ainda hoje existam algumas opiniões contrárias.
Surge a concepção de deficiência como construção social, e o importante papel exercido pelo meio social para melhores condições dessas pessoas, embora visto com dificuldades no meio científico, devido aos aspectos orgânicos e estruturais da doença. A concepção de deficiência mental passou de atributo divino a desvio biológico, e isto tirou estas pessoas em situação de conformismo à vontade de Deus, para incentivar o tratamento da deficiência e dar início aos processos de reabilitação e educação.
Aqui fica visível a existência de um parâmetro de normalidade, dito pelo autor não necessariamente como sendo uma norma e sim um parâmetro do que é ideal, e faz uma crítica a existência de programas de reabilitação que se esforçam pela “cura”, pouco provável, e inexistente em alguns casos, apenas para uma maior aproximação ao que é considerado normal ou aceitável. É destacado que a deficiência mental existe, e estas pessoas são diferentes, e ao negarmos esta diferença, privamos a sociedade de que este é um aspecto que lhe é constituinte.
Serve para refletirmos que por trás destas contradições, o que está em destaque é o foco na inclusão social e que a diversidade faz parte da natureza humana, e que isso é imprescindível para a construção de uma sociedade democrática. Para pensar em inclusão entende-se que a mudança deve partir não apenas da pessoa com deficiência mental para participar da sociedade, mas da sociedade que deve modificar-se para melhor receber / atender todos os indivíduos de forma igualitária.
Que fique a mensagem da grande importância do respeito às diferenças, das diversidades, do amor ao próximo, de noções de solidariedade, e principalmente de respeito aos direitos humanos, questões estas que aparentam tão fáceis de serem ditas e tão difíceis de serem vivenciadas nesta sociedade tão excludente.
Por Patrícia Garcia
Acredito ser muito importante falarmos sobre o assunto, pois ele faz parte constantemente do nosso cotidiano... Esperamos que as pessoas reflitam mais sobre o tema da inclusão/exclusão social e pratiquem a inclusão!
ResponderExcluirNathalia Kubaski