quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Moradores de Rua - A EXCLUSÃO DA EXCLUSÃO

Ouvir o inaudível é imprescindível

É inaceitável que nos dias de hoje, mesmo com todos os meios de informação disponíveis, ainda tenhamos que conviver com tanta violência e desumanização existente. Perdeu-se de forma descontrolada o respeito ao próximo e ao que ele representa. Esta reportagem retrata a situação em que vivem os diversos moradores de rua, sejam eles: o Sr. João, Sr. José, Sra. Maria, Sr. Pedro, Sra. Ana, etc... eles podem estar bem próximos de nós e muitas vezes passam despercebidos. Algumas pessoas apenas notam sua existência quando eles se aproximam, e esboçam as mais diversas reações como, por exemplo; medo, indiferença, nojo, pena, e inexplicavelmente, algumas demonstram raiva e crueldade, assunto que vamos tratar a seguir.

Na cidade de Belo Horizonte, MG, oito moradores de rua foram envenenados em uma praça da região da Pampulha. Enquanto dormiam, foi deixada próxima a eles uma garrafa de cachaça com chumbinho, veneno para matar rato, adicionado. Esta crueldade ocorreu no dia 15 de maio de 2011, e dois dias depois o Jornal Estado de Minas fez reportagem de Capa sobre “os moradores de rua” de Belo Horizonte, MG, ouvindo diversos representantes da cidade, como os comerciantes, a prefeitura, a sociedade e os próprios moradores de rua.

Infelizmente este é somente mais um entre tantos casos noticiados diariamente em todas as regiões do país, que tratam como desiguais estes que tem os mesmos direitos garantidos a todos pela Constituição Federal. Destacando-se a grande ocorrência nas principais capitais como; São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre.

Quantos outros moradores de rua deverão morrer para serem tomadas medidas que realmente sejam eficazes? Será que este tipo de reportagem deverá ser freqüente para que a sociedade “perceba” sua existência? Mas o que observamos é que isto é notável e discutido somente enquanto permanecem na mídia, depois passam a ser esquecidos... como qualquer ser “invisível”.

Lamentável.


Por Patrícia Garcia

Fontes:

Refletindo sobre Inclusão/Exclusão Social

O Presente artigo nos faz refletir sobre a importância da conscientização sobre o preconceito existente contra os portadores de deficiência mental. O autor destaca com sabedoria a grande “evolução deste preconceito”, ressalta que nos tempos mais “primórdios” as pessoas com deficiência mental eram consideradas demônios, criaturas de Deus, seres amaldiçoados, videntes, pobres coitados, doentes, quase como animais, pelo fato de não estar entre a “normalidade” aceitável.

Além de sofrerem discriminação por serem “diferentes”, esta deficiência, assim definida pela sociedade, era considerada como algo do sujeito, atribuída somente a ele, e em alguns casos aos familiares quando estes lutavam por seus direitos. Porém, gradativamente as questões relacionadas à deficiência mental foram sendo vinculadas à área da medicina e da ciência, ao invés de relacionadas à religião ao misticismo como ocorria antes, embora ainda hoje existam algumas opiniões contrárias.

Surge a concepção de deficiência como construção social, e o importante papel exercido pelo meio social para melhores condições dessas pessoas, embora visto com dificuldades no meio científico, devido aos aspectos orgânicos e estruturais da doença. A concepção de deficiência mental passou de atributo divino a desvio biológico, e isto tirou estas pessoas em situação de conformismo à vontade de Deus, para incentivar o tratamento da deficiência e dar início aos processos de reabilitação e educação.
 
Aqui fica visível a existência de um parâmetro de normalidade, dito pelo autor não necessariamente como sendo uma norma e sim um parâmetro do que é ideal, e faz uma crítica a existência de programas de reabilitação que se esforçam pela “cura”, pouco provável, e inexistente em alguns casos, apenas para uma maior aproximação ao que é considerado normal ou aceitável. É destacado que a deficiência mental existe, e estas pessoas são diferentes, e ao negarmos esta diferença, privamos a sociedade de que este é um aspecto que lhe é constituinte.
 
Serve para refletirmos que por trás destas contradições, o que está em destaque é o foco na inclusão social e que a diversidade faz parte da natureza humana, e que isso é imprescindível para a construção de uma sociedade democrática. Para pensar em inclusão entende-se que a mudança deve partir não apenas da pessoa com deficiência mental para participar da sociedade, mas da sociedade que deve modificar-se para melhor receber / atender todos os indivíduos de forma igualitária.
 
Que fique a mensagem da grande importância do respeito às diferenças, das diversidades, do amor ao próximo, de noções de solidariedade, e principalmente de respeito aos direitos humanos, questões estas que aparentam tão fáceis de serem ditas e tão difíceis de serem vivenciadas nesta sociedade tão excludente.

 
Por Patrícia Garcia

Video sobre invisibilidade pública

Acesse o link abaixo e assista um video que fala sobre a invisibilidade social, o qual traz pontos da dissertação Garis- Um estudo de psicologia sobre a invisibilidade pública, de Fernando Braga Costa.
http://www.youtube.com/v/odilfZhhNYE&fs=1&source=uds&autoplay=1

Confira é muito interessante !





Daiana Zerbielli

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Metade das vagas no ensino superior do País sobrou em 2010



11 de novembro de 2011 08h49
No ano passado, quase metade (49%) das vagas de ingresso para novos alunos oferecidas pelas universidades, centros universitários e faculdades do País não foi preenchida. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2010, divulgado nesta semana pelo Ministério da Educação (MEC), as 2.377 instituições de ensino superior disponibilizaram 3.120.192 vagas em seus processos seletivos, mas o número de ingressos registrados foi 1.590.212.
De 1,5 milhão de oportunidades de acesso não preenchidas em 2010, a maioria era de estabelecimentos particulares. Ainda assim, sobraram 36 mil vagas em instituições públicas, especialmente nas municipais. O secretário de Ensino Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, reconhece que é preciso melhorar o aproveitamento das vagas das instituições que não são federais.
"As instituições municipais passam por algumas dificuldades. Estamos elaborando um programa para que a gente possa apoiar as instituições públicas que não são federais e passam por dificuldades de financiamento ou infraestrutura. Com esses problemas, às vezes elas têm dificuldades para atrair o estudante", explica Costa.
Sobre a ociosidade das vagas do sistema de ensino como um todo, ele avalia que é positivo que haja um grande número de vagas disponíveis. "É bom que o Brasil tenha um grande número de vagas porque ele está preparado para a expansão", defende.
Para a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), representante do setor privado, a explicação para a grande quantidade de vagas sobrando é que parte das instituições solicita ao MEC autorização para um número maior de vagas do que pretende de fato preencher. Isso ocorre especialmente no caso das faculdades que não têm autonomia para abrir novas vagas e inflam esse número para não ter que solicitar outra autorização ao ministério caso queiram ampliar a oferta.
"Isso é normal. Não é um fato negativo, nem diferenciado. Temos que aprofundar essa análise para saber em que cursos e onde isso está acontecendo. A oferta não é preenchida porque o aluno não aceita essas vagas por diferentes razões", afirma Gabriel Rodrigues, presidente da entidade. Na avaliação dele, é preciso que o sistema de ensino superior adeque a oferta às necessidades de mão de obra do País e às demandas dos estudantes. "Essa é uma abordagem diferente dos anos anteriores. A realidade está mostrando que esse planejamento (do atendimento) precisa ser feito com mais critério, a oferta não pode ser espontânea se não atender às necessidades reais das diversas regiões", analisa.
Em termos absolutos, é no Sudeste que sobram mais vagas de ingresso: 886 mil, de 1,6 milhão disponíveis, a maior oferta do País. Mas é no Centro-Oeste que há a maior proporção de vagas não preenchidas, 53%. Já as instituições do Norte têm melhor aproveitamento: 63% das vagas foram ocupadas em 2010. Entre as diferentes áreas de formação, o percentual de vagas ociosas varia de 30%, nos cursos ligados às atividades de agricultura e veterinária, a 60% nos de serviços, que incluem graduações como hotelaria, turismo e gastronomia.
Além da falta de interesse dos estudantes por determinado área de formação ou instituição, muitas vezes o que os afasta dos bancos universitários é o custo elevado das mensalidades. Programas do MEC como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni), que dão oportunidade aos alunos de baixa renda para estudar em instituições privadas, poderiam melhorar essa ocupação das vagas, que ainda são subutilizados pelo público-alvo.
"Acho que temos um potencial muito maior (de atendimento) no Fies, isso é verdade. Estamos trabalhando muito para que ele possa ser cada vez mais utilizado pelos estudantes e pelas instituições. Com o ProUni e o Fies, temos certeza que vamos conseguir que todo aluno que queira estudar numa instituição privada tenha condições de fazer isso", diz Luiz Cláudio Costa.

Podemos falar horas e horas sobre o motivo de termos a metade das vagas no ensino superior não preenchidas em nosso país. Mas falando sobre o tema inclusão/exclusão social, relaciono com a seguinte questão: será que o método utilizado para incluir pessoas no ensino superior é adequado? Acredito que estes programas de financiamento sejam válidos e adequado a realidade do alto valor pago nas universidades privadas do Brasil, pois talvez para algumas pessoas o financiamento é a salvação. Mas e para as pessoas que nem mesmo o financiamento salva? seriam elas excluídas da oportunidade de poderem se profissionalizar e ter uma profissão? ou será que estas pessoas deveriam estudar e se dedicar ao dobro para poder ter acesso a uma universidade pública ou privada? Estas são as questões que penso em expor, para que possamos refletir sobre este assunto... Levando em consideração que não é justo termos tantas vagas não preenchidas e tantas pessoas querendo entrar, mas não podendo entrar em função das questões financeiras envolvidas neste processo.
Novamente questiono, isto é incluir ou excluir? De um lado o desejo por um país mais desenvolvido, preparado, inteligênte e competitivo e de outro, pessoas querendo contribuir com este ideal, mas não conseguindo em função do alto custo para se atingir este ideal pessoal e social.

Deixo a dica: PENSE NISSO!

Por Nathalia Kubaski




quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Adolescentes são batizados dentro de unidade da Fase

Fotógrafo: Luis F. Silva _ ASCOM Fase


      Em cerimônia realizada na manhã de domingo (6), 24 adolescentes em conflito com a lei da Fundação de Atendimento Sócio – Educativo (Fase) foram batizados pela primeira vez. Realizada na unidade POA II, na zona sul da capital, o evento contou com a presença de 18 pastores da Igreja Evangélica Encontros de Fé que batizaram os jovens em uma piscina de plástico de três mil litros. Em nove anos de trabalho, foi a primeira vez que a Encontros de Fé fez o batismo dos jovens dentro da Fase.

     A ação representa uma das diversas atividades de cunho religioso fomentadas pela Fase. Além de evangélicos, espíritas, umbandistas e católicos realizam trabalhos voluntários com adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas na Fase.

     Fontes: Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do RS (FASE)
             Zero Hora, Edição de 07/11/2011, página 37

     Cândida de Fraga Erreira

A invisibilidade deixa a criança à mercê dela mesma



Para especialista, crianças e adolescentes violentos carecem do olhar estruturante do outro e estão impedidos de falar sobre seus próprios dramas Dedicado há 33 anos ao trabalho com crianças e adolescentes, o professor da Faculdade de Psicologia da PUC de São Paulo Jorge Broide sustenta que, por trás do comportamento violento de um jovem, existe com freqüência a impossibilidade de ser visto e ouvido.

Para o especialista, é preciso remover o manto de invisibilidade que cobre esses jovens na família, na escola, na rua e permitir que possam falar sobre suas vidas a fim de que exista alguma perspectiva de mudança na sua condição. Na terça-feira, por telefone, o psicanalista porto-alegrense, 57 anos, radicado na capital paulista há 45, concedeu a seguinte entrevista:


Zero Hora – O senhor diz que a rua invadiu a escola. A que o senhor atribui esse fenômeno?


Jorge Broide – Esse fenômeno, que tem ocorrido nas cidades brasileiras, principalmente nas periferias, é o efeito da retirada do Estado nos últimos 30 anos. Nesse período, com o neoliberalismo, o Estado se recolheu. Se a presença dele antes já era precária nesses lugares, ficou mais precária ainda. Com isso, começa a vigorar nesse território não mais a lei do Estado, da ordem do simbólico, e sim a lei da violência, de quem tem mais força. Assim, avança o tráfico de drogas, que tem mais força num contexto de ausência do Estado. Essa desorganização e fragmentação do território gera fenômenos novos e contraditórios. Por um lado, permite o surgimento de novas maneiras de as pessoas se agruparem, se organizarem e lutarem pela sobrevivência. Por outro, gera formas de violência típicas de onde vigora a lei do mais forte. A rua invade a escola exatamente quando o espaço da escola é ocupado por esse território fragmentado. O professor não consegue mais falar em nome do conhecimento, da humanidade, da cultura. Ele fala em nome próprio, e tem diante dele um adolescente de 1m80cm falando também em nome próprio. Nesse caso, é evidente que o professor fica acuado. É como se deixasse de haver a divisão entre aquilo que é a escola e aquilo que é a rua, e a rua, com suas regras próprias, entra para dentro da escola.


ZH – A partir dos anos 1960, a psicanálise, entre outras disciplinas, contribuiu para colocar em xeque valores ditos tradicionais como família nuclear, a escola e o próprio Estado. Sua posição sugere uma certa nostalgia dessas instituições. O senhor acredita que, nesse caso, a psicanálise contribuiu para jogar fora a criança com a água do banho?


Broide – Não se trata de uma nostalgia, muito pelo contrário. O território no mundo mudou muito com o processo de globalização. Trata-se de encontrar políticas públicas que dêem conta dessa transformação. Quando falo em Estado, me refiro a políticas públicas. A questão hoje é como o Estado – não aquele Estado antigo com políticas públicas antigas – pode exercer o seu papel na sociedade. O que é uma verdadeira política de segurança? O que é verdadeiramente falar de educação, de saúde mental? Enfim, o que se coloca hoje como ação do Estado? Não há resposta para isso. É um fato muito novo. Não se trata de ressuscitar o velho Estado, as velhas instituições, a velha família ou a escola antiga, que certamente não dão conta do que está ocorrendo hoje.


ZH – O senhor diz que é preciso reabilitar a palavra na relação entre família, escola e jovem. O que significa isso?


Broide – A reabilitação da palavra se dá de várias formas. A psicanálise precisa estar onde a vida está. É preciso haver a possibilidade de se falar, na escola ou nas comunidades, do que não é dito. Conflitos e desejos, na medida em que não podem ser falados, se transformam em sintomas. Passamos a lidar com uma série de sintomas que se apresentam como rupturas na escola, no território, nas ruas. Temos que abrir caminhos para a palavra que antes não podia ser falada, para o pensamento que não podia ser formulado. Entendo que o papel da psicanálise é fazer com que a palavra circule. O que pode ser dito, pode ser pensado e transformado.


“os jovens da periferia só imaginam poder ser vistos se tiverem roupas de grife”



ZH – Uma parte desses comportamentos violentos, ao se cristalizarem, também fazem uso da palavra e dão origem a um discurso. Alguns exemplos são  os ramos violentos das torcidas organizadas de futebol ou os jovens que combinam confrontos pelas redes sociais.


Broide – O discurso, nesse caso, consiste em esconder aquilo que está ocorrendo com eles. É o discurso defensivo, por assim dizer. Quando partem para uma briga, precisam descarregar uma violência enorme que há dentro deles. O que estou dizendo é que a psicanálise pode nomear essa violência enorme existente no interior do sujeito para que esse sujeito possa se apropriar disso, pensar sobre isso e transformá-lo.


ZH – Como pais e professores podem agir diante de casos como o de São Caetano do Sul, no qual um menino de 10 anos disparou contra uma professora e, em seguida, se matou?


Broide – No caso de São Caetano, vou me pautar pelos fatos divulgados pela imprensa. O eixo central para a gente pensar no caso desse menino é a invisibilidade. Veja a invisibilidade em que se encontrava esse menino na escola e na família. Em primeiro lugar, não é possível que uma criança de 10 anos que comete um ato dessa natureza não tenha nenhum sintoma, nenhum sinal. Nesse sentido, ele estava invisível. Em segundo, quando se deixa uma arma em casa ao alcance de uma criança, isso também é um indício de que a criança está invisível. Na escola, todos dizem que ele era normal. Não estou fazendo aqui uma análise patológica, de normal versus doente. Estou dizendo que alguém prestes a cometer um ato como esse dá algum sinal. Esse menino estava enredado numa invisibilidade brutal. Essa questão é tão central que podemos falar em três hipóteses para o olhar do outro em relação a essa criança: ou é um olhar aniquilador, que destrói o filho; ou é um olhar que estrutura; ou é a ausência do olhar. Aqui, a invisibilidade deixa a criança à mercê dela mesma, de suas próprias pulsões, sem que possa ser pautada, estruturada pelo olhar do outro. Havia uma arma carregada em casa, ou ele a carregou se estava descarregada. Como é que uma criança de 10 anos aprendeu a fazer isso? Na escola, ninguém estava olhando para ele, todos diziam que ele era normal no senso mais comum da normalidade. Quando se suicidou, ele estava na realidade matando não a si mesmo, mas àquilo dentro dele que cometeu o ato insustentável para si mesmo. Os jovens da periferia sofrem de invisibilidade porque ninguém os vê, eles só imaginam poder ser vistos se tiverem roupas de grife, tênis de marca, e seu sofrimento leva à violência.


ZH – É possível traçar relações entre esse episódio e o da escola de Realengo, no Rio, quando um ex-aluno invadiu uma escola e matou 12 crianças?



Broide – Voltamos à questão daquilo que não pode ser dito e à diferença entre poder dizer e não poder dizer. No caso de Realengo, esse rapaz enfrentou bullying a vida inteira. Ficou conversando interiormente com o bullying a vida inteira. Acabou formulando a resposta 10 ou 20 anos depois porque nunca tinha podido falar sobre isso, não havia quem o escutasse. Também estava na invisibilidade, e foi isso que gerou essa violência tremenda. A invisibilidade não permite que se estabeleçam limites. Se ele estivesse sendo visto, o bullying teria sido interditado na infância e ele poderia falar sobre isso.

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*ENTREVISTA de  JORGE BROIDE, Psicanalista e professor da PUC de São Paulo.

 Fonte: ZH on line, 01/10/2011

 Cândida de Fraga Erreira

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Programa Mulheres Mil

Projeto Mulheres Mil: Educação, Cidadania e Desenvolvimento Sustentável

O Programa Mulheres Mil tem como objetivo oferecer as bases de uma política social de inclusão e gênero, mulheres em situação de vulnerabilidade social têm acesso à educação profissional, ao emprego e renda. Os projetos locais são ordenados de acordo com as necessidades da comunidade e segundo a vocação econômica regional. O programa Mulheres Mil faz parte das ações do programa Brasil Sem Miséria, articulado com a meta de erradicação da pobreza extrema, estabelecida pelo governo federal. Ele foi instituído pela Portaria do MEC nº 1.015, do dia 21 julho de 2011, publicada no Diário Oficial da União do dia 22 de julho, seção 1, página 38. 

O Mulheres Mil foi implantado inicialmente como projeto-piloto em 13 estados das regiões norte e nordeste do país, por meio de uma parceria com colleges canadenses, em 2007. Desde então, cerca de 1,2 mil mulheres foram beneficiadas com cursos profissionalizantes em áreas como turismo e hospitalidade, gastronomia, artesanato, confecção e processamento de alimentos.

Conheça mais o programa em: http://mulheresmil.mec.gov.br/


Através deste programa, percebemos a importância da inclusão, seja da mulher, do homem, do jovem ou até mesmo do idoso, no mercado de trabalho. Muitas vezes ouvimos as pessoas reclamando que o mercado só procura cidadãos jovens para o trabalho e que o restante é excluído deste meio. Este programa busca quebrar os preconceitos, os tabus em relação a este assunto, tentando de alguma forma inserir, neste caso, a mulher, no mercado de trabalho. Além disso, estas mulheres tem a oportunidade de desenvolver suas habilidades, competências, através de um trabalho que lhes proporcionam prazer e felicidade. O programa contribui com o mercado de trabalho, com a profissionalização e aperfeiçoamento destas mulheres, gerando trabalho e consequentemente desenvolvimento para estas comunidades e para o Brasil, além de tirar estas mulheres da condição de vulnerabilidade social.


FONTE:
Retirado do site do Ministério da Educação: http://portal.mec.gov.br/


Por Nathalia Kubaski

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Loucura e Exclusão

A perspectiva de perceber a loucura com algo estranho, criando critérios para classificar o sujeito ainda segue vigente em nossa sociedade. De modo que a reforma psiquiátrica vem a contribuir para tentar garantir cidadania, respeito aos direito e individualidade, promovendo o resgate do sujeito de modo a lhe proporcionar a capacidade de trocas sociais.
Precisamos de uma desmistificação deste pensamento excludente, onde a loucura é posta como algo que provoca medo e estranheza, sendo que o contexto sócio histórico da época por volta do sec. XV e XVI com o surgimento dos asilos uma vez que não apenas pessoas com doenças mentais eram colocadas nestas casas, mas também vagabundos, prostitutas, presidiários ou seja este era um espaço de isolamento e classificação social, estes lugares muitas vezes antes serviram como instalações dos antigos leprosários (Idade Média) sendo abandonado com a regressão da doença (Lepra) onde a característica mantinha- se a mesma, isolamento/ exclusão. Deste modo este contexto de surgimento da loucura como forma institucionalizada (Asilos) trás uma gama de sentimentos ligados ao que é “normal” pertence ao social e o que é “anormal” tentamos excluir deste meio.
Este texto nos faz refletir também sobre outros pontos de exclusão hoje presentes em nossa sociedade, não apenas na perspectiva da loucura, mas também da diversidade de raça, etnia, escolha sexual, portadores de necessidades especiais o quanto a dita “anormalidade” ainda exerce poder, e permanece arraigada em pensamentos preconceituosos e limitados por uma forma de pensar vazia, que exclui e classifica.
Para Pensar.....
Daiana Zerbielli

Fonte:

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

15º Parada Livre: “Derrubando Cercas, Ampliando Territórios”


No dia 23 de Outubro realizou- se em Porto Alegre a 15º parada livre, com o tema “Derrubando cercas, ampliando Territórios” onde segundo estimativa do grupo SOMOS, 40 mil pessoas participaram do evento, o qual teve como ponto de encontro o parque Farroupilha (Redenção), e após seguiu passeada pelas avenidas João Pessoa, José Bonifácio e Osvaldo Aranha, onde ouve adesão de mais pessoas.
Estes movimentos são muito importantes em nossa sociedade como forma de inclusão destes grupos na mesma, é uma maneira de se expressar e sair em defesa da igualdade e conquista de direitos do público LGTB (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), o qual tenta quebrar barreiras e preconceitos ainda presentes em nossa sociedade.

Daiana zerbielli
Fonte:

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Invisibilidade Social: Exclusão vivenciada pelos garis

O psicólogo social Fernando Braga Costa, da Universidade de São Paulo (USP), por 8 anos vestiu- se com uniforme de gari e passou a varrer o Instituto de Psicologia da universidade para vivenciar a situação psicológica destes trabalhadores, onde percebeu que essas pessoas eram “invisíveis” socialmente, sendo que este fato repercute na autoestima destas pessoas que evitam um contato visual de modo a se proteger da violência social.
A experiência de Costa resultou na dissertação Garis - Um estudo de psicologia sobre a invisibilidade pública, onde defende que as pessoas são vistas de acordo com o nível hierárquico de seu trabalho.
Em sua pesquisa, Costa relata “conhecia muitas das pessoas, porém, todas passavam sem me olhar.” Em determinado momento, um professor se aproximou e interrompi a varrição para cumprimentá-lo, debruçando sobre a vassoura. “Ele não me notou chegou a esbarrar no meu ombro e nem sequer parou para pedir desculpas, sendo que em outro momento sem uniforme de gari, encontrei acidentalmente este colega e fui notado pelo mesmo.”
Este texto nos faz refletir em relação ao quanto colaboramos para que esta “invisibilidade” social exista, e nos faz pensar de que forma somos coniventes mesmo que implícitamente com este modo de pensar e como está pratica excludente, onde muitas vezes é enxergado apenas a função social do outros, tornando-o uma sombra em nossa sociedade.
 Daiana Zerbielli
Fonte: Mente Cérebro/ edição: 224- Setembro 2011; Disponível em:
http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/o_trabalhador_invisivel.html